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   Na visão pré-milenista da profecia bíblica, os eventos descritos em Zacarias 14 são mais frequentemente interpretados como representando a segunda vinda de Cristo, quando Jesus descerá do céu e pisará no Monte das Oliveiras e de lá estabelecerá o Seu reino milenar. A cronologia descrita em Zacarias, no entanto, não se encaixa nesse cenário. Os Eventos começam no capítulo 13, onde está profetizado que o Pastor, Jesus, será golpeado e as ovelhas serão dispersas (Zacarias 13:7). Isso foi cumprido quando Jesus disse: "Todos vós vos escandalizareis; porque escrito está: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão". (Marcos 14:27).

   O que se segue descreve os eventos que conduzem até, e incluem, a destruição de Jerusalém no ano 70 dC. Deus agirá como juiz de Jerusalém e seus habitantes. Como rei, Ele enviará "seus exércitos", destruirá "os assassinos, e lhes incendiará a cidade" (Mt 22:7).

   Pois eu ajuntarei todas as nações [exércitos romanos] para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas [Mt. 24:17], e as mulheres forçadas [Lc. 17:35]; e metade da cidade sairá para o cativeiro [Mt. 24:16] mas o resto do povo não será exterminado da cidade. (Zacarias 14:2).

   Isso aconteceu quando os exércitos romanos, compostos de soldados das nações que conquistaram, foram para a guerra contra Jerusalém. Roma era um império constituído por todas as nações conhecidas do mundo (ver Lc 2:1). O Império Romano "estendeu-se a aproximadamente dois mil quilômetros ao sul da Escócia até as cabeceiras do rio Nilo, cerca de três mil quilômetros de distância desde os Pilares de Hércules ao leste até as areias da Pérsia. Seus cidadãos e povos sujeitos numeravam cerca de 80 milhões."[1] Roma foi erguida, como a Assíria, para ser a "vara da ira de YHWH”, (Is 10:5). "A cidade deve ser tomada completamente para que o inimigo sente-se no meio dela para dividir os despojos. Todas as nações (2), de um modo geral estiveram representadas no exército invasor, porque Roma era a dona de muitas terras."[2] Thomas Scott, usando referências de apoio de comentaristas mais antigos e referências a outros livros bíblicos, escreve que Zacarias descreve os acontecimentos que envolveram a destruição de Jerusalém no ano 70 dC...

   O dia em que os romanos marcharam com seus exércitos, compostos de muitas nações, para sitiar Jerusalém, foi "o dia do Senhor Jesus”, vindo para “destruir aqueles que não quiseram que ele reinasse sobre eles”. [Mat. 22,1-10; 24:3, 23-35, Lucas 19:11-27, 41-44]. Quando os romanos tomaram a cidade, todas as atrocidades e misérias preditas [Lucas 21:20-24] foram cometidas. Uma proporção enorme de moradores foram destruídos e/ou levados cativos, e vendidos como escravos, e multidões foram expulsas para serem perseguidas por vários perigos e misérias: Muitos também, tendo sido convertidos ao cristianismo, tornaram-se cidadãos da "Jerusalém celeste" e, portanto, "não foram expulsos da cidade" de Deus [Gálatas 4:2131; Heb. 12:22-25].[3]

   Forçar as séries descritivas do julgamento a ultrapassarem as realidades históricas da destruição de Jerusalém em 70 dC, de modo a encaixá-las em um cenário de julgamento futuro é artificial e desnecessário.

Zacarias 14:3 - “Então o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações, como quando peleja no dia da batalha. (PJFA).

   Depois de usar Roma como Sua vara para destruir Jerusalém, Deus volta-se contra Roma, para julgá-la. Mais uma vez, a Assíria é o modelo:

Isaías 10:6, 12 - “Eu a envio contra uma nação ímpia; e contra o povo do meu furor lhe dou ordem, para tomar o despojo, para arrebatar a presa, e para os pisar aos pés, como a lama das ruas”. “Por isso acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então castigará o rei da Assíria pela arrogância do seu coração e a pompa da altivez dos seus olhos”. (PJFA).

   "É importante que o declínio do Império Romano date da queda de Jerusalém."[4] Thomas Scott concorda:"Também é notável que os romanos, depois de terem sido feitos carrascos da vingança divina sobre a nação judaica, não tenham mais prosperado como haviam feito antes, mas o Senhor, evidentemente, lutou contra eles, e todas as nações que compunham seu império; até que finalmente ele foi subvertido, e as suas mais belas cidades e províncias foram devastadas por invasores bárbaros"[5].

Zacarias 14:4 - “Naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, do oriente para o ocidente e haverá um vale muito grande; e metade do monte se removerá para o norte, e a outra metade dele para o sul”. (PJFA).

   Esta é a passagem que os dispensacionalistas usam para apoiar sua visão de que Jesus descerá ao planeta terra e estabelecerá Seu reino milenar. Várias vezes na Bíblia lemos de Jeová "descendo" para se encontrar com Seu povo. Na maioria dos casos sua vinda é um julgamento, em nenhum caso Ele esteve fisicamente presente. Observe quantas vezes a vinda de Deus está associada com montanhas.

Gênesis 11:5-8 - “Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro”. (PJFA).

Êxodo 3:8 - “E desci para o livrar da mão dos egípcios, e para o fazer subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel; para o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu”. (PJFA).

Neemias 9:3 - “Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com eles, e lhes deste juízos retos e leis verdadeiras, bons estatutos e mandamentos” (PJFA)

Salmos 144:5 - “Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os montes, para que fumeguem!” (PJFA)

Isaías 31:4 - “Pois assim me diz o Senhor: Como o leão e o cachorro do leão rugem sobre a sua presa, e quando se convoca contra eles uma multidão de pastores não se espantam das suas vozes, nem se abstêm pelo seu alarido, assim o Senhor dos exércitos descerá, para pelejar sobre o monte Sião, e sobre o seu outeiro”. (PJFA)

Isaías 64:1 - “Oh! se fendesses os céus, e descesses, e os montes tremessem à tua presença” (PJFA)

Isaías 64-3 - “Quando fazias coisas terríveis, que não esperávamos, descias, e os montes tremiam à tua presença”. (PJFA)

   Em Miquéias 1:3 lemos que Deus "sai de seu lugar" e "desce e anda sobre as alturas da terra." Como essa linguagem descritiva difere desta que diz que o Senhor desce sobre o Monte das Oliveiras e assim o divide? Miquéias diz que “Os montes debaixo dele se derretem, e os vales se fendem; são como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam num abismo” (1:4). Os profetas frequentemente usavam essas expressões figurativas para descrever o Senhor “vindo” e/ou “descendo”. As montanhas se contorciam, eram fendidas, e as colinas se curvavam (Hab. 3:6, 10); os montes tremiam em Sua presença (Is. 64:1,3); ou então, montanhas cantavam e árvores batiam palmas (Is. 55:12).[6]

   O que a Bíblia está tentando nos ensinar com esta linguagem descritiva do Monte das Oliveiras "dividido ao meio"? Os primeiros escritores cristãos aplicaram Zacarias 14:4 a obra de Cristo em Seus dias. Tertuliano (145-220 dC) escreveu: "Mas à noite ele saiu para o monte das Oliveiras." Porque assim tinha Zacarias apontado: “Naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras” [Zc xiv 4]".[7] Tertuliano estava se referindo ao fato de que a profecia das Oliveiras preparou o palco para a vinda de Cristo em julgamento que iria de desfazer a divisão judeus / Gentios de uma vez por todas. Matthew Henry explica a teologia por trás da profecia:

   A divisão entre judeus e gentios será removida. As montanhas ao redor de Jerusalém, e esta em particular, representavam o muro que estava no caminho de quem se aproximava. Entre gentios e Jerusalém permanecia a montanha de Beter, fenda, Cant. ii. 17. Mas com a destruição de Jerusalém seria fendida ao meio, e assim, a sombra judaica removida, e a igreja aberta aos gentios, que foram feitos Um com os judeus pela queda do muro de separação, Ef. ii. 14:8

   Você perceberá que não há nenhuma menção de um reinado de mil anos. No entanto, nos é dito que "o SENHOR será rei sobre toda a terra" (14:9). Então, o que há de novo nessa linguagem? “Porque o Senhor Altíssimo é tremendo; é grande Rei sobre toda a terra. Ele nos sujeitou povos e nações sob os nossos pés”. (Sl 47:2, 3). Isso é exatamente o que aconteceu com a destruição de Jerusalém em 70 dC. Paulo disse aos cristãos de Roma que “O Deus de paz em breve esmagará a Satanás debaixo dos vossos pés” (Rm 16:20). O adversário da igreja (Satan) eram os judeus que rejeitaram a Jesus como o Messias e perseguiram Sua noiva, a igreja (ver João 16:2). Jesus os chama de “sinagoga de Satanás” (Ap. 3:9).

 

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Notas:

1. Otto Friedrich, O Fim do Mundo: Uma História (New York: Coward, McCann e Geoghegan, 1982), 28.

2. GNM Collins, “Zacarias”, Novo Comentário Bíblico, F. Davidson, ed., 2 ª ed. (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1954), 761.

3. Thomas Scott, A Bíblia Sagrada, contendo os Antigo e Novo Testamentos, de acordo com a Versão Autorizada, com notas explicativas, observações práticas, e grandes referências marginais, 3 vols. (New York: Collins e Hannay, 1832), 2:955

4. Collins, "Zacarias", 761.

5. Scott, A Bíblia Sagrada, etc, 956.

6. Ralph Woodrow, Sua verdade Avança: Estudos Avançados sobre Profecia a luz da história (Riverside, CA: Ralph Woodrow Associação Evangelística, 1977), 110.

7. "Tertuliano Contra Marcião", livro 4, capítulo XL, nos Padres Ante-Nicenos, 3:417.

8. Matthew Henry, Comentário Matthew Henry sobre toda a Bíblia, 6 vols. (New York: Fleming H. Revell, n.d.), 4:1468.

 

 

 




Zacarias 14 e a Vinda de Cristo
Por Gary DeMar
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Tradução: Paulo Tiago Moreira Gonçalves